O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), foi criado a partir da descoberta do sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos, pela família Guimarães dos Anjos, em 1996, por conta de uma reforma residencial. Desde então, o IPN tem por missão divulgar a história do cemitério e dos africanos recém-chegados ao Brasil, que ali foram enterrados.
O IPN, se constitui em um espaço aberto e democrático, em constante diálogo com o entorno da Região Portuária, também conhecida como Pequena África. Seu principal objetivo é estimular o conhecimento e reflexão sobre o patrimônio histórico e cultural, sobretudo o que se relaciona à cultura afro-brasileira. O IPN aposta na democratização do conhecimento como uma forma de inclusão social e por isso acredita que as suas oficinas devam ser gratuitas e de acesso universal, com as quais busca promover uma troca a partir dos saberes acadêmicos e das vivências adquiridas com o Sítio Arqueológico Cemitério dos Pretos Novos. Trazemos a Academia para o IPN e compartilhamos estes conhecimentos com o nosso público, que é formado majoritariamente por estudantes, educadores, pesquisadores e profissionais de turismo.
Com a pandemia do covid19, procuramos nos reinventar e continuar oferecendo estas atividades educativas ao nosso público. Criamos as oficinas em formato remoto, com duração de até duas horas, com a nossa equipe de educadores e colaboradores.
Sejam bem vindos ao Instituto Pretos Novos!
Merced Guimarães dos Anjos
Fundadora e presidente do IPN
Exu, o mensageiro da vida
Professor – Lorena Froz com a coparticipação do Joaquim Azevedo
Sinopse:
Exu e sua importância na comunicação entre os seres humanos e espirituais. Desmistificar o preconceito cultural que o mesmo recebeu e o poder regulador que essa energia possui. Quais movimentos o mesmo nos possibilita desde nossa origem, no ventre materno, até o fim de nossa passagem pela terra.
Migração interafricana
Professor – Jean Paul
Sinopse:
Rotas da escravidão e ideologia de dominação (cristianizar-civilizar-comercializar) os três “C”. Migrações modernas, posterior reunião familiar e suas causas econômicas, políticas e acadêmicas. Subsistência- repressão/dominação étnica; Inquisição árabe e a religião árabe
Criminalização e repressão das religiões afro-brasileiras
Professor – Alfredo Cruz com a coparticipação do Ms. Jorge Santana
Sinopse:
A oficina terá início com um breve histórico das políticas de repressão contra as religiões afro-brasileiras no período do Brasil colônia e do Brasil Império. Em seguida uma abordagem dos artigos criminalizantes no código penal de 1890 e o triângulo da criminalização da negritude no Brasil. Análise de como as batidas policiais em terreiros eram realizadas e como eram abordadas pela imprensa da época. Exposição de alguns casos famosos de terreiros invadidos e premidos pela polícia no Rio de Janeiro e na Bahia. Abordagem do Museu da Magia Negra no Rio de Janeiro e a exposição racista dos objetos sacros. Apresentação da emenda de Jorge Amado na constituição de 1946. As lutas por libertação do acervo sacro afro-brasileiro na Bahia e no Rio de Janeiro.
Práticas religiosas africanas e afro-brasileiras no Rio de Janeiro no pós-abolição
Professor – Sergio Moraes
Sinopse:
Dentre as muitas formas de resistência e espaços de sociabilidades criados por indivíduos pertencentes as mais diversas classes sociais no período do pós-abolição, as religiões de origem africana e afro-brasileiras foram pontos cruciais neste processo. Casas de dar fortuna, candomblés, zungús entre outros locais onde se professava a fé, curava-se o corpo e a alma e tecia-se redes de encontros com indivíduos de outras esferas sociais foi fundamental para se entender o cotidiano e os caminhos que a trajetória de parte da população carioca seguiu.
A religiosidade híbrida da cidade do Rio de Janeiro na perspectiva dos cultos da mata, da senzala e da praia.
Professor – Jalber Silva
Sinopse:
A oficina tem como objetivo apresentar uma pesquisa sobre o encontro das expressões dos cultos que deram origem às práticas atuais da Umbanda Omolokô, gênero que surgiu da hibridização de saberes ancestrais tupy-guarani e bantus, vindos da África Central a partir de 1780 na cidade do Rio de Janeiro. Expressões de devoção hibridizada como Ogum\São Jorge, N. Sª. da Glória\Iemanjá\Janaína ou Oxóssi\São Sebastião permanecem até os dias atuais. Conhecer essa origem é fundamental para compreender a constituição dos cultos híbridos e associações de dupla devoção da cidade do Rio de Janeiro.
Escolas de samba: associativismo negro no pós-abolição
Professor – Mauro Cordeiro
Sinopse:
Internacionalmente reconhecidas pelos seus desfiles espetaculares, as escolas de samba do carnaval carioca são produtos d associação de negros e negras nos territórios periféricos da cidade. No contexto do pós- abolição, comunidades negras constroem espaços de sociabilidade alicerçados em valores ancestrais e nos festejos de Momo irão afirmar sua presença na cidade.
Minibio – Doutorando em Antropologia PPGSA/UFRJ. Mestre em Ciências Sociais pela PUC-Rio (2019). Licenciado em Ciências Sociais pela UFRRJ (2017). Pesquisador do Observatório de Carnaval e do RISU – Núcleo de Estudos Ritual e Sociabilidades Urbanas, ambos da UFRJ. É professor de sociologia na educação básica. Um dos idealizadores do projeto Pensamento Social do Samba, onde leciona cursos livres e promove debates acerca deste universo. Suas pesquisas têm ênfase nas culturas populares, sobretudo nas manifestações afrodiaspóricas. Estuda as escolas de samba do carnaval carioca a partir da antropologia política
A Revolução Haitiana: contextos, processo e conseqüências
Professor – Alfredo Cruz
Sinopse:
A Revolução Haitiana foi uma bem sucedida insurreição contra o domínio colonialfrancês em São Domingos, atualmente o Haiti. A revolta se iniciou em agosto de 1791 e terminou formalmente em 1804. Ela não foi um movimento unificado, mas a eclosão cronologicamente próxima de diversas rebeliões que acabaram culminando em um movimentobem maior do que as suas partes e na fundação do único Estado livre da escravidão e governado por não-brancos da América do século XIX. Em sua base ideológica, além da resposta concreta a uma situação de sofrimento insuportável, pode-se discernir diversos elementos de origem africana e euro-americana. Seus efeitos foram sentidos em todo o continente, de forma direta ouindireta, e pode-se dizer sem nenhum exagero que se tratou este de um dos fatos definidores da história contemporânea do mundo atlântico. O objetivo desta oficina é reconstituir brevemente ahistória da Revolução Haitiana, apresentando de forma sinóptica seu contexto sociopolítico e econômico, suas possíveis motivações ideológicas, sua eclosão, seu desenrolar e suas consequências.
OFICINAS ANTERIORES
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A construção da Memória e do Patrimônio Cultural
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“Ainda assim eu me levanto”: Os arquétipos Iorubas e a insubmissão feminina.
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Resultados
2010 – 38 oficinas – 690 participantes – apoio: Ponto de Cultura – MinC
2011 – 50 oficinas – 911 participantes – apoio: Ponto de Cultura – MinC
2012 – 50 oficinas – 1.210 participantes – apoio: Ponto de Cultura – MinC
2013 – Não tivemos patrocínio neste período.
2014 – 98 oficinas – 2.381 participantes – apoio: CDURP
2015 – 63 oficinas – 1.176 participantes – apoio: Concessionária Porto Novo S/A
2016 – 79 oficinas – 2.912 participantes – apoio: Concessionária Porto Novo S/A
2017 até 2020 – Não tivemos patrocínio neste período.
2021 – 29 Oficinas – 3.362 participantes – Lei de incentivo à Cultura ISS – SMC RJ. /Globo.
2021 – 29 Oficinas – 5.630 participantes – Lei Rouanet / Instituto Vale
TOTAL – 436 oficinas – 18.272 participantes