Oficinas

O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), foi criado a partir da descoberta do sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos, pela família Guimarães dos Anjos, em 1996, por conta de uma reforma residencial. Desde então, o IPN tem por missão divulgar a história do cemitério e dos africanos recém-chegados ao Brasil, que ali foram enterrados.

O IPN, se constitui em um espaço aberto e democrático, em constante diálogo com o entorno da Região Portuária, também conhecida como Pequena África. Seu principal objetivo é estimular o conhecimento e reflexão sobre o patrimônio histórico e cultural, sobretudo o que se relaciona à cultura afro-brasileira. O IPN aposta na democratização do conhecimento como uma forma de inclusão social e por isso acredita que as suas oficinas devam ser gratuitas e de acesso universal, com as quais busca promover uma troca a partir dos saberes acadêmicos e das vivências adquiridas com o Sítio Arqueológico Cemitério dos Pretos Novos. Trazemos a Academia para o IPN e compartilhamos estes conhecimentos com o nosso público, que é formado majoritariamente por estudantes, educadores, pesquisadores e profissionais de turismo.

Sejam bem vindos ao Instituto Pretos Novos!

Merced Guimarães dos Anjos
Fundadora e presidente do IPN

OFICINAS CONCLUÍDAS

ANCESTRALIDADE, TERRITORIALIDADE E TRADIÇÃO: A IMPORTÂNCIA DAS MULHERES NA PEQUENA ÁFRICA

Professor – Dra angélica Ferrerez

Sinopse:
Construção simbólica dos espaços de liderança de mulheres negras no final do Século XIX . Discutir a importância que as mulheres negras tiveram na construção da Pequena África.

Mulheres negras e mundo do trabalho na região portuária do Rio de Janeiro: histórias, lutas e lugares de memória (séculos XIX- XX)

Professora – Mônica Lima

Sinopse:
A oficina pretende trazer, numa perspectiva de longa duração, aspectos da vida social de mulheres africanas e negras na região do Valongo, desde os tempos da escravidão ao pós-abolição. A diversidade de experiências no mundo do trabalho será tratada a partir do papel que exerceram como protagonistas na sobrevivência e na construção de sociabilidades no local em que viveram e atuaram. Cozinheiras, quituteiras, vendedoras de angu, costureiras e operárias, que também foram sacerdotisas, artistas, integrantes de irmandades e médicas populares, habitaram, circularam e constituíram as identidades desta parte da cidade que se tornou o núcleo irradiador da Pequena África carioca. Vamos conhecer um pouco mais sobre suas histórias.

Minibio:
Professora de História da África, do Programa de Pós-graduação em História Social (PPGHIS) e do Programa de Pós-graduação em Ensino de História (PPGEH) do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IH-UFRJ). Coordenadora do Laboratório de Estudos Africanos (LEÁFRICA) no IH-UFRJ. Tem longa experiência docente, atuando desde 1992 com ensino de história da África, da diáspora africana e dos africanos no Brasil, em cursos de graduação e pós-graduação.

Os carnavalescos das escolas de samba: Reflexões pelo viés social e racial

Professor – Dr. Vinicius Natal

Sinopse:
Apresentação um breve histórico da categoria “carnavalesco” nos desfiles das escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro observando como, a partir da década de 1960, uma escolha por um modelo visual ligado às belas artes afastou, do protagonismo, artistas negros e ligados ao cotidiano das comunidades. A aula terá como fio condutor o caso do pintor Miguel Moura.

Minibio:
Vinícius Natal é sambista, graduado em História pela UFF, mestre e doutor em Antropologia pela UFRJ. Possui pós-doutorado em História da Arte pela UERJ. Já atuou como professor de História do CAP UERJ, diretor de pesquisa do Museu do Samba, diretor cultural do GRESU Vila Isabel e Coordenador de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do município do Rio de Janeiro. Atualmente, é pesquisador de enredos do GRES Acadêmicos do Grande Rio.

Imigração africana, políticas imigratórias, eugenia e racismo institucional

Professor – Dr. Jorge Santana

Sinopse:
A oficina tem como objetivo abordar a imigração de africanos para o Brasil e as políticas racistas de imigração. Iniciando pelo tráfico de africanos escravizados para o Brasil Colônia e Império. Em seguida analisando as políticas de imigração no período imperial. A política de embranquecimento, eugenia e vinda de imigrantes europeus. As leis de imigração racistas e a impedição da entrada de africanos. Crescimento da entrada de imigrantes africanos no Brasil no século XX e XXI. O caso dos imigrantes angolanos e o racismo brasileiro.

Minibio:
Possui graduação em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2011) e mestrado em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2016). Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia. Atualmente desenvolvo a pesquisa de doutorado em Ciências Sociais (PPCIS), na Universidade do Estado Rio de Janeiro sobre uma ocupação de sem-tetos na favela da Mangueira.

Educação patrimonial decolonial e afrodiaspórica

Professor – Átila Tolentino

Sinopse:
Apresentar discussões de autores pertencentes à linha de pensamento da corrente decolonial, como Boaventura Sousa Santos, Maldonado-Torres, Catherine Walsh, entre outros, que defendem uma epistemologia do Sul e conclamam uma ecologia dos saberes, como forma de combater as matrizes fundantes do saber-poder ocidental. Conclui-se que a Educação Patrimonial decolonial é necessária para romper com os processos de patrimonialização que reproduzam os processos de dominação do saber-poder sobre as memorias historicamente subalternizadas de grupos sociais não hegemônicos.

Minibio:
Mestre e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. É da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério da Economia, com atuação na Procuradoria Federal na Paraíba – Advocacia Geral da União. Atualmente está no IPHAN Brasília.

Trabalho escravo contemporâneo

Professor – Dr. Ricardo Rezende

Sinopse:
Em Trabalho Escravo Contemporâneo será abordada a presença de uma escravização ilegal de pessoas antes e após a lei abolicionista de 1888, na área rural e urbana. Em alguns momentos o crime se revelou e se revela contra imigrantes de nacionalidades diferentes, por serem socialmente mais vulneráveis e estarem distantes de seus parentes e de redes de proteção de parentesco e de amizade, mas se manifesta também contra brasileiros pobres, desempregados, de baixa qualificação profissional e de ensino. As vítimas principais têm a marca da cor preta ou ameríndia. E o fenômeno está presente nos mais diversos setores de serviço e de produção.

Minibio:
Professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo. Tem diversos artigos publicados sobre a escravização de pessoas. Recebeu o prêmio Anti-Slavery Internacional pelo combate ao crime e pelas publicações os prêmios Jabuti e Casa de las Américas.

Memórias e esquecimento das mulheres na Música popular brasileira 1920-1960

Professora – Hannah Cavalcanti

Sinopse:
O encontro propõe problematizar a história social da música popular brasileira com foco na invisibilizarão das mulheres nesse campo, especialmente no mundo do samba. Pretende-se articular questões de raça, classe e gênero, a fim de compreender esses mecanismos de apagamento, suas possíveis razões e consequências. Um dos objetivos principais é ampliar nosso repertório sobre mulheres compositoras, cantoras e instrumentistas da primeira metade do século XX, contribuindo para romper esse esquecimento deliberado do qual foram alvo.

Minibio:
Desenvolvedora criativa de projetos na Livre Essência, escritora, produtora cultural, pesquisadora e educadora. Graduada em história, mestre e doutoranda em Memória Social na Unirio

A precarização do trabalho no Brasil é negra e feminina.

Professora – Renata Coutinho

Sinopse:
Nesta oficina buscaremos analisar a relação que se estabelece entre questão racial e de gênero e trabalho precário considerando a conjuntura social brasileira. Para tanto, utilizaremos com objeto empírico o setor doméstico e o de limpeza por serem atividades altamente precárias do ponto de vista laboral e compostas, majoritariamente, por mulheres negras. Nesse sentido, esta oficina terá como objetivo central compreender as influências que o racismo e o sexismo exercem sobre o processo de precarização social do trabalho no Brasil de tal modo a alocar/manter a população negra de maneira geral e as mulheres negras em particular na subalternidade laboral. Em via transversa, buscaremos compreender de que forma o trabalho doméstico e de limpeza tem se articulado como um “braço” do racismo e do sexismo no Brasil

Minibio:
Doutoranda em Sociologia – Relações de Trabalho, Desigualdades Sociais e Sindicalismo pela Universidade de Coimbra, mestra e especialista em Direito do Trabalho pela PUCSP, advogada e colunista na Carta Capital.

O Griô está em terra. Que não haja mais silencio entre nós

Professor – Marcos Coutinho

Sinopse:
Apresentar uma narrativa historiográfica acerca do papel das confraternidades negras além do de simples instituições garantidoras de benefícios materiais e espirituais para os seus devotos. Na tentativa de descolonizar o conhecimento, estas três oficinas pretendem demonstrar o quanto os sodalícios afro- cariocas ocuparam lugares outros que não apenas os da subalternidade, atuando, tais quais os seus congêneres “brancos”, como agentes promotores dos caminhos da expansão urbana da cidade do Rio de Janeiro durante a primeira metade do século XVIII. Dispostos a interromper esses silêncios e realizar o resgate dessas memórias, utilizaremos as experiências protagonistas das irmandades de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, do Glorioso São Domingos, de Santo Elesbão e Santa Efigênia e de Nossa Senhora da Lampadosa, a fim de percebê-las como agremiações produtoras de territórios negros no espaço urbano – lugares da consciência de si, de reconhecimento pelo outro e de mitigação e resistência à ordem dominante.

Minibio:
Bacharel em Relações Internacionais (PUC-Rio), mestre em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ) e doutorando em História, Política e Bens Culturais (CPDOC/FGV). Os temas de interesse do palestrante dão ênfase à História do Mundo Ibero-americano, que compreende as sociedades coloniais e a sua diversidade étnica e cultural, advinda, principalmente, da interação entre europeus e africanos na cidade do Rio de Janeiro. Nesse mote, a pesquisa debruça-se nas práticas religiosas e sociais em ambientes urbanos e, de igual maneira, no processo escravagista, com as suas formas de dependência e coerção no Império Colonial Português (séculos XVI-XIX). Apresenta especial interesse sobre as instituições da Igreja Católica e o que denomina de funções “extraordinárias” do sagrado – atribuições que vão além das de âmbito litúrgico- catequético.

A Médica do Orixá

Professores – Lorena Frós e Joaquim Azevedo

Sinopse:
A cultura Iorubá e indígena diz que as folhas são fundamentais para a sua vida e nessa oficina falaremos sobre as curas que o Orixá Ossain nós possibilita todos os dias.

Minibio:
Joaquim Azevedo, Babalorixá do Ile Àse Meji Omi Odara, autor do livro Eu, Você e os Orixás, fotojornalista, produtor e ativista sociorreligioso

Garota, mulher, outras. Bernardine Evaristo e a estética singular de um romance protagonizado por múltiplas vozes-mulheres da Diáspora

Professora – Simone Ricco

Sinopse:
Partilhando aspectos temáticos e estilísticos presentes no premiado romance Garota, mulher, outras (Prêmio Booker Prize), da anglo-nigeriana Bernardine Evaristo, a oficina intenciona colaborar com o “processo de apropriação da literatura enquanto construção literária de sentidos”, definido por Cosson (2009, p. 67) como letramento literário e que “requer uma atualização permanente do leitor em relação ao universo literário.

Minibio:
Mestre em Letras, na área de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal Fluminense, Simone Ricco é professora da rede municipal do Rio de Janeiro e professora colaboradora na Pós-graduação em História e Culturas Africanas e Afro-Brasileira IPN/FEUDUC e na Pós-graduação em Literatura Infanto-Juvenil, na UFF. Atua na difusão de saberes de matriz africana e em práticas afirmativas e antirracistas desenvolvidas pelo Cine Garagem e Coletiva Corpas.

Batuque Na Cozinha

Professor – André Vargas

Sinopse:
Oficina de reconhecimento e sensibilização percussiva do samba para a contação e apreciação de sua história utilizando objetos do cotidiano para produzir e emular os sons desse ritmo marcante da cultura brasileira e apresentar as histórias por detrás da construção dos instrumentos que compõem a roda de samba, trabalhando as nuances desse ritmo nas cadências possíveis de se produzir e nas mensagens que algumas letras famosas nos trazem.

Minibio:
artista visual, poeta, músico e educador. Como artista visual participou de diversas exposições coletivas como “Rua!”no Museu de Arte do Rio, em 2020, “Renovação Carismática” na Caixa Preta, em 2019 e “Africanizze Performática” no Centro Municipal de Artes HelioOiticia, em 2018. Como musico e compositor, possui música gravada por Ney Matogrosso e Júlia Vargas. É também autor de dois livros infantis publicados: Caraminholas – poesias do fundo da cachola pela editora Multifoco em 2012, e Roupa de Camaleão pela Zit Editora em 2017. Tendo, ainda, trabalhado como educador no MAR, IMS-RJ e BPE e como oficineiro convidado no MAM, CCBB-RJ e no projeto Cais de ideias.

Oxumarê e as possibilidades humanas

Professor – Joaquim Azevedo

Sinopse:
Todos os dias Oxumarê nos condiciona o recomeçar. A cada amanhecer vivemos novas expectativas e isso será levado até você nessa oficina.

Minibio:
Joaquim Azevedo, Babalorixá do Ile Àse Meji Omi Odara, autor do livro Eu, Você e os Orixás, fotojornalista, produtor e ativista sociorreligioso.

Sociedade de Resistência dos Homens Pretos: trabalho e racialização na região portuária do Rio de Janeiro no pós-abolição.

Professora – Alessandra Tavares

Sinopse:
A proposta da oficina e a de romper com as perspectivas generalizantes que considerou o trabalho a partir do modelo que apagou e/ou silenciou a presença de trabalhadores negros organizados em diferentes setores no Brasil. Serão abordadas as permanências de trabalhadores negros no trabalho portuário do Rio de Janeiro, a institucionalização e a organização de suas demandas quanto classe de trabalhadores na forma de sindicatos e as possíveis estratégias para garantir a predominância negra em seus quadros, com enfoque na formação da Sociedade de Resistência dos Trabalhadores Arrumadores em Trapiche e Armazéns de Café, a Sociedade de Resistência, fundada em 1905.

Minibio:
Possui doutorado em História pela UFRRJ, mestrado em História Social pela UERJ – FFP. Atualmente é professora da Educação Básica do Rio de Janeiro e da Pós Graduação (lato sensu) e História e Cultura(s) Africana(s) e Afro-brasileira(s) do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos – IPN.

Arruçando Reflexões :Uma circularidade de corpos espaços e contextos

Professor – Wallace Araújo

Sinopse:
Trazer o conceito de arruaça como desestabilizador do pensamento ocidental, referenciando aos corpos sincopados. apresentar novas formas de pensamento social, considerando o corpo e sua relação com o espaço

Minibio:
Mestre e Doutorando em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na área Contemporaneidade e Processos de Subjetivação, é bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior? Brasil (CAPES).

OFICINAS ANTERIORES

Resultados

 

2010 – 38 oficinas – 690 participantes – apoio: Ponto de Cultura – MinC

2011 – 50 oficinas – 911 participantes – apoio: Ponto de Cultura – MinC

2012 – 50 oficinas – 1.210 participantes – apoio: Ponto de Cultura – MinC

2013 – Não tivemos patrocínio neste período.

2014 – 98 oficinas – 2.381 participantes – apoio: CDURP

2015 – 63 oficinas – 1.176 participantes – apoio: Concessionária Porto Novo S/A

2016 – 79 oficinas – 2.912 participantes – apoio: Concessionária Porto Novo S/A

2017 até 2020 – Não tivemos patrocínio neste período.

2021 – 29 Oficinas – 3.362 participantes – Lei de incentivo à Cultura ISS – SMC RJ. /Globo.

2021 – 29 Oficinas – 5.630 participantes – Lei Rouanet / Instituto Vale

 

TOTAL – 436 oficinas – 18.272 participantes