Voltando para a África: retornos de libertos no Brasil do século XIX

Monica Lima – Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Professora de História da África, do Programa de Pós-graduação em História Social (PPGHIS) e do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História (PPGEH) do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IH-UFRJ). Coordenadora do Laboratório de Estudos Africanos (LEÁFRICA) no IH-UFRJ. coordenou a pesquisa na área de História e participou do grupo técnico que redigiu o dossiê de candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio Mundial (2014-2017).

Sinopse:
Esta oficina pretende oferecer uma visão geral sobre as histórias de retorno de libertos à África no século dezenove, destacando as diferentes fases e características destes movimentos, seus principais locais de partida no Brasil, seus destinos preferenciais no continente, suas motivações, além de personagens que as protagonizaram. Utilizaremos fontes de época (relatos de viagem, anúncios de jornais, cartas, entre outros) e textos literários. Há registros de retornos à África de africanos e africanas libertas, e seus descendentes diretos, ocorrendo de forma individual desde pelo menos o final do século dezoito e, em grupos maiores, sobretudo a partir da década de 1830. Tendo sido trazidos na condição de escravizados, conquistaram sua liberdade e reuniram as condições para empreender sua volta ao continente de origem, em outra condição. Estas histórias negras extraordinárias tiveram desdobramentos no continente africano, onde surgiram comunidades de retornados no século dezenove e estes lá ficaram conhecidos como brasileiros ou agudás. Historiadores escreveram sobre estas comunidades, já fizeram matérias jornalísticas, documentários, romances, páginas na internet. No entanto, ainda se conhece pouco sobre estas histórias no Brasil e, quando mencionadas a um público não especialista, causam espanto e até mesmo incredulidade.

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