Absurdo é ter medo

Uma convocatória aos artistas foi realizada recentemente pelo Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), Fuso Coletivo e o curador da mostra, de onde foi desencadeado um movimento com a seguinte pergunta: qual é o papel do seu trabalho como ativismo e manifestação sociopolítica diante deste caos, no Rio de Janeiro?

Luneta, de Cecilia Cirpiani, gentrificação no Morro da Providência

Como ação inicial deste movimento, foi idealizada a exposição coletiva “Absurdo é ter medo”, na qual 20 artistas apresentam trabalhos que ajudam a refletir sobre situações de racismo, feminicídio e outras formas de preconceito, diferenças ideológicas e sociais e sentimento de impotência diante de tantas tragédias que saltam aos olhos diariamente. De acordo com o curador da exposição, Marco Antonio Teobaldo, neste eclético conjunto de obras (sendo que algumas delas foram criadas especialmente para a mostra) são exibidas pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, objetos e graffiti, que estarão disponíveis para serem arrematadas em leilão na própria galeria, cuja arrecadação será integralmente destinada à manutenção do IPN, que vem sofrendo sistemática ação de descaso pelo poder público, desde o ano passado.

Bastião, do artista Ozi, Estêncil sobre papel

Não por acaso, a inauguração da exposição coincide com a data de um mês após o assassinato da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, cuja investigação que se encontra em curso não resultou em nenhuma resposta efetiva.

Nanquim sobre papel, de Leila Pugnaloni

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