1722
Construção da capela de Santa Rita, por Nascentes Pinto, abrigando no Largo de Santa Rita, o primeiro cemitério de escravos , ainda em frente à igreja.
1769
Ordem de Transferência do Mercado de escravos da rua Direita (atual Rua 1º de Março) para bairro do Valongo, transferindo-se também o cemitério do largo de Santa Rita, para o caminho da Gamboa, depois conhecido como Rua do Cemitério (atual Rua Pedro Ernesto). Dando início assim, às atividades do segundo Cemitério dos Pretos Novos.
1774
Transferência definitiva do Mercado da Rua Direita para o Valongo.
1808
Com a vinda da Família Real para o Brasil, intensificou-se o mercado de escravizados para cerca de 20.000 indivíduos ao ano, aumentando a incidência de doenças na carga de africanos que chegavam ao porto do Rio de Janeiro, que ao morrerem, mesmo após o desembarque, eram encaminhados para o Cemitério dos Pretos Novos.
1814
Os moradores do Valongo solicitaram a criação de uma Nova Freguesia na Região, o que faria com que a freguesia de Santa Rita perdesse o controle do Cemitério dos Pretos Novos. Neste mesmo ano, o viajante alemão G. W. Freireyss visitou o Cemitério dos Pretos Novos e ficou horrorizado com o que viu: corpos insepultos, espalhados aqui e acolá.
1824
Uma portaria ordena ao provedor-mor da Saúde, Francisco Manoel de Paula, que averiguasse a situação do cemitério. O provedor concluiu em seu relatório o que todos já sabiam: o Cemitério dos Pretos Novos causava danos à saúde dos moradores da região.
1830
Em 4 de março daquele ano, sepultava-se oficialmente no Cemitério dos Pretos Novos o último corpo de um escravizado.
1831
A área começou a ser tomada por casas e a localização do cemitério foi perdida, com a construção de imóveis sobre o terreno, no ano de 1866.
1888
Assinatura da Lei Áurea, para abolição da escravatura no país.
1996
Mais de cem anos depois, Merced e Petrúcio Guimarães dos Anjos descobriram acidentalmente o Cemitério dos Pretos Novos, ao iniciarem as reformas em sua residência, na Rua Pedro Ernesto. Naquele ano, iniciou-se o processo de salvamento arqueológico dos remanescentes ósseos revelados pelas obras.
1999
Depois de passar três anos vivendo em um galpão particular, a Família Guimarães dos Anjos retorna à sua casa e o local passa a receber visitação pública espontânea.
2005
Após nove anos aguardando alguma iniciativa do poder público, a família Guimarães dos Anjos e alguns amigos fundam o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos – IPN.
2009
O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos torna-se ponto de cultura e inicia suas atividades de oficinas e palestras. No mesmo ano, recebe a premiação máxima do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), concedida pela preservação do sítio arqueológico.
2011
Realização da primeira pesquisa arqueológica cientificamente orientada, buscando a correta localização do cemitério para fins de preservação. Inauguração da exposição permanente do Memorial dos Pretos Novos.
2012
Inauguração da Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea.
2013
IPN recebeu a segunda placa do mundo de Reconhecimento de Sítio Arqueológico, Projeto A Rota do Escravo – Resistência Liberdade e Herança da UNESCO. A rua da instituição ficou interditada para início das obras de reurbanização da Região Portuária.
2014
Novas pesquisas foram realizadas ao longo da Rua Pedro Ernesto, onde foram resgatados fragmentos de corpos, oriundos do Cemitério dos Pretos Novos, que estavam espalhados pelo subsolo da via pública, por conta do processo de construção de casas sobre o antigo terreno do cemitério.
2017
Iniciada uma nova fase das investigações arqueológicas, na qual foi encontrado o primeiro esqueleto inteiro e articulado no Cemitério dos Pretos Novos, carinhosamente batizado de Bakhita. Neste mesmo ano foi feita a apresentação deste importante achado para a comunidade científica.
Reinauguração da exposição permanente do Museu Memorial dos Pretos Novos, graças ao Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, categoria especial.
2018
#IPNresiste